sexta-feira, 12 de agosto de 2016

MORANDO SOZINHA, que brincadeira é esta?

Gente, quanto tempo heim?, mas é isto, o TEMPO. Tempo serve dentre muitas coisas pra colocar tudo no lugar e aconteceram muitas mudanças na minha vida. Nem sempre tudo que semeamos e acreditamos que vai acontecer, de fato acontece e aí a vida renasce de sua nova forma. Fui morar com meu marido neste apartamento que agora me encontro há 6 anos atrás, depois fomos para uma casa a qual arrumamos com muito apreço. Passamos quase 2 anos nesta casa, depois deste tempo felizes, eu, marido, Hulk (nosso cachorro) e Maria, José e João (jabutis), criamos um laço muito substancioso, parecíamos muitas pessoas em um lar, na melhor definição. Fui pra São Paulo, eu, Fabio e Quinha (minha mãe), no avião ele teve uma dor de cabeça descomunal e quando voltamos pra Salvador, as dores eram constantes. Nas nossas idas aos médicos, entre ressonância e tomografia, descobrimos uma das piores notícias da minha vida. Fabio estava com um tumor no cérebro, mas não era qualquer tumor, era um Glioblastoma Multiforme grau IV, parece um xingamento e na verdade era, devastador. Mas como sou mulher de fé apesar da tristeza, não esmureci e acreditava sempre na cura, fizemos de tudo que estava ao nosso alcance, ele teve melhoras milagrosas, mas ao nono mês da doença, ele teve uma convulsão e desencarnou. Tínhamos 10 anos juntos, de muitas histórias, de muita partilha, de muito amor. Tenho uma família muito calorosa e amigos que foram essencias na minha melhora enquanto ser e daí passaram-se 2 anos e 2 meses, eu estou aqui, na busca de um legado que ele sempre partilhou comigo: Seja feliz! Retornei ao apartamento que morávamos juntos e tento morar sozinha há 3 meses. Desde pequena sempre sonhei em morar só, ser independente cedo, conseguir alcançar meus objetivos logo, mas vejo que minha vida se vestiu de uma nova cara. Morar sozinha não é algo tão sólido pra mim, as vezes soa angustiante, apesar de me sentir muito bem comigo, morar sozinha (o) é pros fortes, digo isso no sentido diário, daqueles que abraçamos caminhos e trilhamos todos os dias, as vezes muitas das nossas atitudes desanda, voltamos ao zero. O cotidiano é quase que assustador, lidar com fazer comida, só pra você, limpar tudo que nunca está tão limpo, arrumar tudo, inclusive se arrumar, é tarefa de um lutador nato, que não desiste, eis-me aqui! E diz-se com toda sutileza: Brincar de casinha... que brincadeira é esta? Beijins e tô voltando.

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